quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

ESSA SERIA UMA MINUTA DE APOIO PARA A PALESTRA PROFERIDA EM 17.04.2004, NO UNICENTRO BELAS ARTES. MAS CREIO QUE O QUE EU DISSE PASSOU MAIS UMA VEZ DESPERCEBIDO.

Para iniciarmos, cabe uma pergunta, sem a qual e sem uma resposta, nada será possível: O que é o Paradoxo do Zero? Começo afirmando que o Paradoxo do Zero é um conceito (Begriff) filosófico, que demonstra a possível contradição que se estabelece, quando da aplicação da seguinte fórmula, tendo o número zero como agente e paciente na operação: A X B = C se e somente se C : B = A Antes de tudo, é preciso explicar que tal fórmula foi devidamente derivada. Entretanto, gostaria de estar apresentando essas derivações, num outro possível registro. Aí sim, poderei demonstrar passo a passo. É forçoso afirmar ainda que a palavra na sua acepção grega (paradoxo) significa inesperado. Isso nos possibilita, de uma certa maneira, evitar os tropeços nos áridos e íngremes campos dos conceitos. Então temos em mente que paradoxo é o inesperado. Então poderemos, a partir de agora, dizer: Paradoxo do Zero e/ou Inesperado do Zero. Claro está que se tomarmos o significado de Paradoxo como Inesperado, nada disso evitará que encontremos contradições no caminho. Depois da conclusão deste pequeno registro, cada qual poderá aceitar o que melhor lhe aprouver:
1 - Inesperado; 2 - Raro; 3 - Chamativo; 4- Incrível; 5 - Etc O que não deixará de ser também cabível. Como não tenho aspiração a colocar verdades inamovíveis, preferi paradoxo à aporia, outra palavra oriunda do grego aporia, que pode significar: Dificuldade; Problema; Situação sem saída; Apuro; Dificuldade insolúvel; Problema de onde não se pode sair; Confrontação sem solução de duas opiniões contrárias. De modo que o tempo, e só o tempo, poderá determinar se se trata de um paradoxo ou de uma aporia ou outra coisa. Então poderíamos também chamar assim: O Embaraço do Zero e/ou O Inesperado do Zero. Como me apraz a sonoridade poética, fico, momentaneamente, com O Paradoxo do Zero. O Paradoxo do Zero insere-se no campo da Filosofia, chamado de Teoria do Conhecimento. A Teoria do Conhecimento é, na maioria das vezes, definida como a investigação acerca das condições do conhecimento verdadeiro. Eis aqui uma das inúmeras definições: 'Teoria do Conhecimento é a reflexão filosófica com o objetivo de investigar as origens, as possibilidades, os fundamentos, a extensão e o valor do conhecimento". Pode ser chamada de Gnosiologia, Epistemologia e Crítica do Conhecimento. Sendo as duas primeiras de origem grega também. Agora vamos ao objeto de nossos estudos: O que, na realidade, quer demonstrar o Paradoxo do Zero? Resposta: São muitos os campos e as implicações; e um dos mais fundamentais é o que se chama de Juízos Sintéticos a priori de Kant. Tudo isso, por afirmar que se tratam de juízos universais e necessários. Ora, se aplicarmos diretamente a fórmula para a operação com o zero, notaremos que a necessidade cede; percebam que necessidade vem do latim: necessarius - que não pode ser cedido; ou num dos conceitos lógicos: não-contradição. No Paradoxo do Zero, fazemos uma leitura de necessário, mais como não-contradição em Kant. Do exposto até aqui, poderemos concluir que a fórmula do Paradoxo do Zero, na certa, estabelece uma das várias contradições na aritmética. A não ser que uma fórmula matemática não seja considerada uma fórmula matemática; mas como, se quando aplicada a alguns números naturais a necessidade não cede? Estaríamos, então nesse caso, numa outra aporia? Então nesse caso seria mais necessário recorrermos à filosofia da linguagem. Que os especialistas me desculpem, mas não digam que eu não pensei uma saída! Como diz um velho brocardo latino: Intelligenti pauca et Gloria victis. Ninguém mandou eu entrar nessa! Mas não se trata, de minha parte, de mais um Casus belli!

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Quem sou eu

Nascido na cidade de São Paulo em 15 de fevereiro de 1960. Formado em Jornalismo (UMC/1983). Professor titular do ensino médio da disciplina de filosofia. Pós-Graduado, em nível de Especialização, em Violência Doméstica contra Crianças e Adolescentes pelo Instituto de Psicologia (USP /2001). Entre os anos de 1999 a 2005, fez extensão universitária dos instrumentais de grego, latim e alemão, cursando também mestrado (sem concluir) em educação e filosofia. Autor de dois livros na literatura, do Ensaio Paradoxo do Zero (Fundação Biblioteca Nacional/2003) e do conceito filosófico O Princípio da Identidade Negativa. É verbete nos livros O Céu Aberto na Terra, Sobre Caminhantes, A vocação Nacional da UBE: 62 ANOS, Revista de arte e literatura Coyote.