domingo, 11 de janeiro de 2009

01/11/2005
guerra civil ou guerra entre civis
Ouço muito falar que estamos numa guerra civil. Isso se dá mais
por uma falta de análise dos conceitos. Eu, a meu modo, julgo
que vivemos uma pequena (quiçá) guerra entre civis, do que
propriamente uma guerra civil. Se eu fosse um desses filósofos,
que andam fazendo palestras por aí, eu diria que se trata mesmo
daquilo que se denomina de senso comum da nação. Antes de serem
conceitos que se cruzam e que se interligam, esses dois conceitos
são antes antípodas do que qualquer outra coisa. A saber:

# se estivéssemos numa guerra civil, os nossos cidadãos não
estariam se automutilando uns aos outros pelas ruas da pólis;

# haveria uma maior organização e conscientização dos cidadãos,
ou o que poderíamos chamar de uma iluminação da caverna platônica;

# o alvo em si não seria o concidadão, mas sim o estado;

# o estado sabe que enquanto houver guerra entre civis,
não haverá em hipótese alguma uma guerra civil;

# ou seja: a guerra entre civis torna-se um anteparo de
um estado inepto, inapto e impotente -- mas que se quer
perene no poder;

# guerra civil implica organização dos cidadãos (bonus sensus);

# guerra entre civis (comunis sensus);

# na guerra civil cai o estado;

# na guerra entre civis caem os cidadãos;

# na guerra entre civis -- interesse por bens do sistema capitalista;

# na guerra civil -- valorizam-se o cidadão, a ética e um certo tipo de moral;

# na guerra entre civis -- livre mercado e livre concorrência;

# na guerra entre civis -- controle de preços;

# na guerra civil valoriza-se o todo;

# na guerra entre civis valoriza-se a individualidade;

Agora não me pergunte se sou favorável a um ou outro,
porque eu apenas com grande equilíbrio eu lhe reponderia
que o meu únco dever é, como sugeria o mestre Platão,
iluminar a vasta escuridão da tua caverna... et légomai...
# obs: toma a palavra guerra não no seu conceito mais universal.

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Quem sou eu

Nascido na cidade de São Paulo em 15 de fevereiro de 1960. Formado em Jornalismo (UMC/1983). Professor titular do ensino médio da disciplina de filosofia. Pós-Graduado, em nível de Especialização, em Violência Doméstica contra Crianças e Adolescentes pelo Instituto de Psicologia (USP /2001). Entre os anos de 1999 a 2005, fez extensão universitária dos instrumentais de grego, latim e alemão, cursando também mestrado (sem concluir) em educação e filosofia. Autor de dois livros na literatura, do Ensaio Paradoxo do Zero (Fundação Biblioteca Nacional/2003) e do conceito filosófico O Princípio da Identidade Negativa. É verbete nos livros O Céu Aberto na Terra, Sobre Caminhantes, A vocação Nacional da UBE: 62 ANOS, Revista de arte e literatura Coyote.