terça-feira, 30 de março de 2010

Estudos particulares
A ideia de infinito é um absurdo lógico-empírico.
Se Deus é infinito, Deus não poderá ser provado sob o ponto de vista lógico-empírico.
Se Deus é infinito, Deus não é razão.
Deus infinito é fé.
ferreiro sem bigorna
ou martelo
no branco do papel
martelo

sábado, 20 de março de 2010

Curtas e a positividade do Eu movente
Escrevo pouco no blog. Mas esse é meu estilo. Sou sintético. Sou na escrita inversamente proporcional à minha personalidade, notadamente quando estou num estado positivo. Na sala de aula falo muito. Nas rodas de conversas que pouco participo falo muito também. Eu gosto de conversar. Sobretudo de assuntos que me fazem viajar nas ideias. Já escrever, escrevo pouco. E esse é um processo interessante. Notem: alguns grandes escritores foram ou são essencialmente tímidos; a sua verborragia acaba acontecendo mais pela escrita. É interessante notar também que não damos muito crédito à coisa falada. O escrito tem tido muito mais credibilidade do que a fala. A fala parece algo similar às excrescências. Fala-se o que não se pode escrever. Ou melhor: fala-se o dejeto da coisa em si; ou; fala-se o senso comum. O bom senso escreve-se. Grafa-se no lito. Pelo menos é esse o pensamento de nossa sociedade contemporânea. Mas nem sempre foi assim; nem sempre. Por falar em escrever, vocês devem ter notado que eu passei um pensamento muito rapidamente aqui no blog. E eu não pretendo de modo algum me estender sobre ele num ensaio, num livro ou numa dissertação ou aqui mesmo no blog. O que eu tinha que falar, falei aos alunos. Se colou-lhes na alma, não sei. Mas não escrevi mais no blog, porque as teclas estavam invertendo o que eu escrevia. Pois eu escrevia de uma lan house. Por isso os erros e as inversões das frases. Mas o que quero dizer é que o EU é o que move e cria as identidades. Por isso O denominei de EU MOVENTE; no sentido de auto-reconhecer para poder reconhecer o tu, o ele, o nós, o vós e os eles. Ou seja: o eu é o aspecto basilar do reconhecimento das identidades -- pois do contrário seríamos, simplesmente, um arraozado de egoidades monadais.
RESUMO DE MINHAS INSANAS IDÉIAS
1 - O PARADOXO DO ZERO
2 - PRINCÍPIO DA IDENTIDADE NEGATIVA
3- A IDÉIA DE QUE SE OS PLANETAS GIRAM EM TORNO DO SOL NUMA ELIPSE, ENTÃO DEVERIA HAVER UM OUTRO PLANETA, MESMO QUE CONCEITUAL, PARA PODERMOS RATIFICAR AS IDÉIAS DE KEPLER. CASO CONTRÁRIO, TERÍAMOS QUE FAZER UMA RETIFICAÇÃO CONCEITUAL MATEMÁTICA DE ELIPSE.
4 - A FORMULAÇÃO TEÓRICA DE QUE OS NÊUTRONS SERIAM NADA MAIS NADA MENOS DO QUE UM EQUILÍBRIO NUCLEAR ENTRE PRÓTONS E ELÉTRONS.
5 - A TEORIA DE QUE O COGITO CARTESINAO NÃO É VERDADEIRO, APONDO COMO CONTRADITÓRIA A PRÓPRIA IDÉIA DE VERDADE PARA DESCARTES.
ARQUIVO

... Wilson, lembro-me de você, do seu inegável talento para a poesia e de sua(sic) especulações acerca de algum paradoxo lógico-matemático -- o que era exatamente, não me lembro mais... Terminei o mestrado na PUC, onde fomos colegas, no ano passado. Considero o Olavo e o Cicero dois pensadores sérios e criativos. Se eles acham o seu trabalho interessante, é porque algum valor deve ter...
Boa sorte! Abraço do Edson Gil Prezado amigo,
Tenho a maior apreciação pelos seus estudos, e gostaria de ajudá-lo no que fosse possível...
Um abraço do
Olavo de Carvalho
Caro Wilson, Embora os meus parcos conhecimentos de matemática não me permitam acompanhar inteiramente os seus argumentos, achei muito intrigantes e originais as suas ponderações sobre o princípio de identidade e o paradoxo do zero. Torço para que você aprofunde e torne cada vez mais claras as suas intuições. Um grande abraço,Antonio Cicero
Com a permissão do grande sábio Wilson Luques Costa. Nunca tive o menor respeito para com intelecuais. Na verdade sempre os desprezei. Minhas discussões com os USPianos que conheci, terminam sempre de maneira abrupta, onde volta e e meia eu os mando enfiar a arrogância deles no cu. Tudo o que eles tanto enaltecem em si próprios na verdade pertencem não a eles. Mas sim a Nietzsche, Kant, Karl... enfim, a pensadores do passado. Todos mortos.Não que eu não goste dos mortos. Pelo contrário.Por muito tempo, eu só conversei de verdade com eles...Os USPianos ainda não se deram conta de que o que eles tanto prezam, pode ser conseguido por um mané como eu pelo custo de 3,00$ de multa na biblioteca municipal de Sto. André. Ou na biblioteca Vegueiro. Cada uma com seu charme.E qual a minha surpresa, quando encontro alguém, com o mesmo desprezo pela universidade quanto eu. E ainda por cima, um filósofo.A mim, ele apresentou o que ele mesmo batizou (!!!) de Paradoxo do Zero. Um sistema lógico que não faz nada além de derrubar toda a matemática de Peano. Só isso.Na verdade, eu incluiria aí também entre os derrubados, Gödel, Russel, Poincaré, Cantor, os Bourbakis... e mais um sem número de matemáticos e lógicos que constroem axiomas e proposições considerando o zero.A quem interessar o pensamento de um livre pensador por excelência, visite o Jardim de Adônis. Não vão se arrepender.ruminado por raffa vedder às 11:31 AM----- Original Message -----

From: Olavo de Carvalho To: wilsonluques@ig.com.br Sent: Saturday, April 05, 2003 7:58 PMSubject: Re: Texto
Prezado amigo,
Acho os seus estudos interessantes e valiosos, mas, no meio da confusão emque me encontro (v. artigo de hoje no Globo), não me aventuro a examiná-loscomo merecem. Aguarde mais um tempo, OK?
Um abraço do Olavo de Carvalho
From: "Olavo de Carvalho" To: "Wilson Luques Costa" Subject: Re: ensaioDate: Sun, 21 Sep 2003 04:48:26 -0300Prezado Wilson,...Você tem mesmo interesse em divulgar mais o seu trabalho? Posso transcrevê-lo na minha homepage, se você quiser....Não tive tempo de redigir os comentários que gostaria de fazer, mas acho que um bom resumo é o seguinte: Os princípios da dedução lógica, em si mesmos, só se aplicam ao domínio das essências puras, no sentido husserliano. Sua aplicação a qualquer domínio em particular (a qualquer "matéria", diria Aristóteles) requer o acréscimo dos princípios específicos desse domínio, com todas as precauções categoriais correspondentes. Ora, a quantidade é um domínio em particular, e portanto as regras da aritmética só equivalem indiretamente e imperfeitamente às da lógica geral. Daí os paradoxos que você tão certeiramente assinala.Um abraço do Olavo de Carvalho
ESSA SERIA UMA MINUTA DE APOIO PARA A PALESTRA PROFERIDA EM 17.04.2004, NO UNICENTRO BELAS ARTES. MAS CREIO QUE O QUE EU DISSE PASSOU MAIS UMA VEZ DESPERCEBIDO.
Para iniciarmos, cabe uma pergunta, sem a qual e sem uma resposta, nada será possível: O que é o Paradoxo do Zero? Começo afirmando que o Paradoxo do Zero é um conceito (Begriff) filosófico, que demonstra a possível contradição que se estabelece, quando da aplicação da seguinte fórmula, tendo o número zero como agente e paciente na operação: A X B = C se e somente se C : B = A Antes de tudo, é preciso explicar que tal fórmula foi devidamente derivada. Entretanto, gostaria de estar apresentando essas derivações, num outro possível registro. Aí sim, poderei demonstrar passo a passo. É forçoso afirmar ainda que a palavra na sua acepção grega (paradoxo) significa inesperado. Isso nos possibilita, de uma certa maneira, evitar os tropeços nos áridos e íngremes campos dos conceitos. Então temos em mente que paradoxo é o inesperado. Então poderemos, a partir de agora, dizer: Paradoxo do Zero e/ou Inesperado do Zero. Claro está que se tomarmos o significado de Paradoxo como Inesperado, nada disso evitará que encontremos contradições no caminho. Depois da conclusão deste pequeno registro, cada qual poderá aceitar o que melhor lhe aprouver:
1 - Inesperado; 2 - Raro; 3 - Chamativo; 4- Incrível; 5 - Etc O que não deixará de ser também cabível. Como não tenho aspiração a colocar verdades inamovíveis, preferi paradoxo à aporia, outra palavra oriunda do grego aporia, que pode significar: Dificuldade; Problema; Situação sem saída; Apuro; Dificuldade insolúvel; Problema de onde não se pode sair; Confrontação sem solução de duas opiniões contrárias. De modo que o tempo, e só o tempo, poderá determinar se se trata de um paradoxo ou de uma aporia ou outra coisa. Então poderíamos também chamar assim: O Embaraço do Zero e/ou O Inesperado do Zero. Como me apraz a sonoridade poética, fico, momentaneamente, com O Paradoxo do Zero. O Paradoxo do Zero insere-se no campo da Filosofia, chamado de Teoria do Conhecimento. A Teoria do Conhecimento é, na maioria das vezes, definida como a investigação acerca das condições do conhecimento verdadeiro. Eis aqui uma das inúmeras definições: 'Teoria do Conhecimento é a reflexão filosófica com o objetivo de investigar as origens, as possibilidades, os fundamentos, a extensão e o valor do conhecimento". Pode ser chamada de Gnosiologia, Epistemologia e Crítica do Conhecimento. Sendo as duas primeiras de origem grega também. Agora vamos ao objeto de nossos estudos: O que, na realidade, quer demonstrar o Paradoxo do Zero? Resposta: São muitos os campos e as implicações; e um dos mais fundamentais é o que se chama de Juízos Sintéticos a priori de Kant. Tudo isso, por afirmar que se tratam de juízos universais e necessários. Ora, se aplicarmos diretamente a fórmula para a operação com o zero, notaremos que a necessidade cede; percebam que necessidade vem do latim: necessarius - que não pode ser cedido; ou num dos conceitos lógicos: não-contradição. No Paradoxo do Zero, fazemos uma leitura de necessário, mais como não-contradição em Kant. Do exposto até aqui, poderemos concluir que a fórmula do Paradoxo do Zero, na certa, estabelece uma das várias contradições na aritmética. A não ser que uma fórmula matemática não seja considerada uma fórmula matemática; mas como, se quando aplicada a alguns números naturais a necessidade não cede? Estaríamos, então nesse caso, numa outra aporia? Então nesse caso seria mais necessário recorrermos à filosofia da linguagem. Que os especialistas me desculpem, mas não digam que eu não pensei uma saída! Como diz um velho brocardo latino: Intelligenti pauca et Gloria victis. Ninguém mandou eu entrar nessa! Mas não se trata, de minha parte, de mais um Casus belli!
Sobre os escritores brasileiros: Se era esse o objetivo muitos escritores brasileiros deveriam a partir de agora ter um filho plantar uma árvore e parar de escrever para o bem da humanidade da ecologia e da nossa literatura
antes de se tornar um doutor o escritor brasileiro deveria se tornar antesum enfermo do pensamento.
REFLEXÕES DE UM HOMEM DOENTE.
A diferença entre um homem doente e um homem sadio é o homem.
O homem doente é aquele que tem uma esperança desesperada.
A vida só pode ser amada por um homem doente, mas também desprezada.
Trair-nos com os homens sadios é uma característica das cortesãs, bem como das enfermidades.
O homem sadio é um homem doente, portanto o homem doente é um homem sadio.
O futuro do homem doente é o hoje. O homem doente transcende a lei de espaço e tempo.
Para o homem doente
a vida é
uma
enfermidade.
O homem doente não tem
passado nem futuro.
O homem doente é
contemporâneo
da sua própria dor.
Em terras de cegos
quem tem um olho
é rei
às vezes
caolho...
o que também não seria
o meu caso
O único compromisso
que temos com os nossos inimigos
é o compromisso
da verdade
ou da mentira,
sobretudo se
uma ou outra
for destruidora
desses nossos próprios
inimigos.
Nos olhos dos outros, invariavelmente, julgamos o que
julgamos de nós mesmos. Por isso sempre a condenação.
Há sempre um olhar de autopunição no olhar de quem julga.
MUSA POLISSÊMICA
A poesia
Sei o que ela não é
O que ela é
É o que não sei
O que ela não é
É o que talvez seja
A poesia é aquilo que não é
E não sendo
É o que é
Absoluto silêncio
com os seus versos
quer atingir o ABSOLUTO
SILÊNCIO
silêncio
seus versos são silêncio
REFLEXÕES DE UM HOMEM DOENTE
o homem doente inventa vocábulos
para suportar a dor
distorce a sintaxe da vida
REFLEXÕES DE UM HOMEM DOENTE
o homem doente
caminha lentamente
porque sabe
aonde não quer chegar
REFLEXÕES DE UM HOMEM DOENTE
o homem sadio é
muitas vezes
solidário
ao solitário homem doente
porque não se deve contrariar
o Princípio da Identidade
homo ludens
o homo ludens
cria o seu jogo
transgride
agride
perpassa a linha do acinte
enquanto o jogo real não é jogado
o homo ludens
lúdico louco
com regras
sem regras
joga o seu jogo
o homo ludens
vate aedo poeta
recria sempre o seu jogo
o lábaro de artaud
ser inóspito a sua visita
ser um lábaro de artaud distendido
morrer empunhando o meu sapato
é este o meu anelo
ACERCA DA POSTERIDADE
Alguns homens nascem póstumos
Eu
Por exemplo
Nasci no meu própio tempo
Tempo de horror
Tempo de barbárie
POETA PÓS-BARROCO
raciocínio falso
e sem sentido
grotesco e extravagante
sou pós-barroco
pérola irregular
o máximo com o mínimo
SOBRE OS ESCRITORES IMORTAIS
No Brasil, a quase grande maioria
dos nossos escritores imortais
não deixou para a posteridade
nenhuma obra imortal
SOBRE ALGUMAS DEMOCRACIAS
em certas democracias
rouba-se mais
porque
em certas democracias
o roubo
é muito mais democrático
A CRISE DA POESIA
Quando o mundo está em crise
todos buscam a poesia
mas quando a poesia está em crise
a poesia busca o poeta
REFLEXÕES DE UM HOMEM DOENTE
Não há placebo
drágea
o homem doente é
assintomático
sofre de ausência de vida
REFLEXÕES DE UM HOMEM DOENTE
Quem inventou o infinito
foi o homem doente
REFLEXÕES DE UM HOMEM DOENTE
O homem sadio inveja
a saúde do homem doente
mas
o homem doente
não inveja
a doença
do homem sadio
REFLEXÕES DE UM HOMEM DOENTE
Basta de louros!
O homem doente
já é reconhecido
pela sua própria dor
SOBRE A JUSTIÇA DOS JORNAIS
Quando os jornais julgam
o provável réu,
antes da oficial justiça julgar,
os jornais criam dois réus:
o réu propriamente dito,
e a própria justiça
que é julgada
antes mesmo de julgar
SOBRE A INTENCIONALIDADE
Intencionalidade de justiça,
ainda não é justiça.
SOBRE O CRÍTICO LITERÁRIO
Um crítico literário
é um homem
que tentou ser poeta
e fracassou;
que tentou ser
um romancista
e fracassou;
que objetivou ser
um psicanalista
e fracassou;
que procurou ser
um filósofo
e também fracassou...
Um crítico literário é, em suma, a síntese do fracasso.
Só a um homem fracassado
que é permitido
fracassar
os sucessos alheios
Prêmios de amigos são
como declarações de amor
de maridos amasiados: valem,
mas não são sinceros.

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Quem sou eu

Nascido na cidade de São Paulo em 15 de fevereiro de 1960. Formado em Jornalismo (UMC/1983). Professor titular do ensino médio da disciplina de filosofia. Pós-Graduado, em nível de Especialização, em Violência Doméstica contra Crianças e Adolescentes pelo Instituto de Psicologia (USP /2001). Entre os anos de 1999 a 2005, fez extensão universitária dos instrumentais de grego, latim e alemão, cursando também mestrado (sem concluir) em educação e filosofia. Autor de dois livros na literatura, do Ensaio Paradoxo do Zero (Fundação Biblioteca Nacional/2003) e do conceito filosófico O Princípio da Identidade Negativa. É verbete nos livros O Céu Aberto na Terra, Sobre Caminhantes, A vocação Nacional da UBE: 62 ANOS, Revista de arte e literatura Coyote.