terça-feira, 30 de dezembro de 2008


Escolinha
As balas vararam o crânio e fincaram na porta. Foram várias automáticas com silenciosos nos canos. Quase que pegaram uma mulher que passeava do outro lado da calçada. Os cartuchos foram todos descarregados. Os detonadores estiveram indefectíveis. Num só minuto, mais de cinquenta balas. Gritava como porco. Lembrei do tempo do meu avô. Ele criava porcos para engorda. Os porcos esganiçavam na cruenta tarefa do chouriceiro. Ele gritou como porco. Foi pego de chofre. Há muito que estávamos no seu encalço. Era um bandidão de primeira. Uma mosca azul. Uma figura carimbada. Um picolé sorteado. A equipe toda esteve de parabéns. Dizem que foi o Jorge Fura Bolo com aquela esquerdinha. Mas eu acho que foi o Pedrão Gatilho Certeiro. Todos reivindicavam a autoria. Mas o importante de tudo é que foi um trabalho de equipe. Eu acho que todos estão de parabéns. Você está me entendendo? Trabalho de equipe é muito mais importante. O Jatobá que quis fazer sempre tudo sozinho, se deu mal. Eu não... eu gosto mesmo é de trabahar em equipe. Pelo menos toda noite eu durmo tranquilo.Eu prefiro com silencioso. Eu detesto barulho. Você está me entendendo, garoto? Vamos tomar mais uma cerveja! Eu quero ver se você é mesmo dos nossos, meu chapa!

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Quem sou eu

Nascido na cidade de São Paulo em 15 de fevereiro de 1960. Formado em Jornalismo (UMC/1983). Professor titular do ensino médio da disciplina de filosofia. Pós-Graduado, em nível de Especialização, em Violência Doméstica contra Crianças e Adolescentes pelo Instituto de Psicologia (USP /2001). Entre os anos de 1999 a 2005, fez extensão universitária dos instrumentais de grego, latim e alemão, cursando também mestrado (sem concluir) em educação e filosofia. Autor de dois livros na literatura, do Ensaio Paradoxo do Zero (Fundação Biblioteca Nacional/2003) e do conceito filosófico O Princípio da Identidade Negativa. É verbete nos livros O Céu Aberto na Terra, Sobre Caminhantes, A vocação Nacional da UBE: 62 ANOS, Revista de arte e literatura Coyote.