terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Era o terceiro dia de entrevista; na segunda-feira fez psicotécnicos e exames de matemática; na terça fez testes orais e mais uma bateria de exames. Estava extenuado. Fazia três anos que dependia daquela migalha que Sonia lhe dava. Na noite anterior, teve um sono gostoso; sonhou a noite inteira com aquela sala mobiliada com tapetes persas e quadros europeus; sempre sonhara em vida com todo aquele aparato. Só faltava um entrevista. Informou-se sobre o superintendente da empresa que iria lhe entrevistar naquela manhã; todas as informações faziam-no exultar; sentia uma alegria que há muito se ausentara; às dez em ponto, adentrou a sala de Mr. B. e cumprimentou-o com um tiro na testa; Mr. B. esparramou-se sobre o chão; seu sangue confundia-se com o escarlate dos tapetes... Jonas pegou da flanela e espanou a poeira da cadeira; sobre a mesa colocou o porta-retrato de Gracinha -- sua filha; pelo interfone, comunicou a secretária que não queria ser acordado por ninguém, nem por Sonia, aquela maldita... E a secretária lhe respondeu: - Sim, Sr. Superintendente!
# com pequenas alterações da primeira edição.

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Quem sou eu

Nascido na cidade de São Paulo em 15 de fevereiro de 1960. Formado em Jornalismo (UMC/1983). Professor titular do ensino médio da disciplina de filosofia. Pós-Graduado, em nível de Especialização, em Violência Doméstica contra Crianças e Adolescentes pelo Instituto de Psicologia (USP /2001). Entre os anos de 1999 a 2005, fez extensão universitária dos instrumentais de grego, latim e alemão, cursando também mestrado (sem concluir) em educação e filosofia. Autor de dois livros na literatura, do Ensaio Paradoxo do Zero (Fundação Biblioteca Nacional/2003) e do conceito filosófico O Princípio da Identidade Negativa. É verbete nos livros O Céu Aberto na Terra, Sobre Caminhantes, A vocação Nacional da UBE: 62 ANOS, Revista de arte e literatura Coyote.